Jurassic Park tem um valor sentimental muito forte para mim. Foi meu livro favorito durante a infância, depois se tornou o filme que eu não cansava de ver. Dinossauros vivos por clonagem, um parque para exibi-los, algo dá errado e essas criaturas fogem, não tem premissa mais genial, sério. Michael Crichton foi iluminado quando teve essa ideia.
Com o passar dos anos e o prolongamento da franquia, o encanto inicial que senti foi desaparecendo. Meu amor pelos dinos continua o mesmo, mas as histórias que vi no cinema (e também no livro Mundo Perdido) já não eram tão boas. O terceiro filme veio só para confirmar que a época dos dinos no cinema tinha acabado de vez. Mas, como a vida sempre encontra um caminho e hollywood nunca vai deixar uma franquia de sucesso ser realmente extinta, eis que surge Jurassic World. E lá vou eu outra vez, me sentir como aquela garotinha de 11 anos.
A premissa de Jurassic World é a mesma do primeiro filme, a única diferença é que agora o parque já está pronto e completamente funcional. Além disso, temos uma adição aos dinossauros tradicionais. O indominus rex, um animal geneticamente modificado, um híbrido de T-Rex com outros dinos secretos. Ai ai… Quando soube dessa parte do plot já comecei a ficar com um pé atrás.
O filme funciona em vários momentos, principalmente nos minutos iniciais, quando somos apresentados ao parque e suas atrações. É impossível não se maravilhar e desejar estar lá também, correndo de um lado para o outro e enfrentando filas quilométricas. Além disso, o fator nostalgia é um dos pontos altos. Durante toda a exibição, temos homenagens ao primeiro filme, ao parque original. A começar pelo tema musical de John Williams, depois com referências espertinhas que sempre fazem sorrir. No entanto, os acertos foram empalidecidos pelos erros do longa, que são vários.
Vamos a parte obscura do parque. O grande problema deste filme, para mim, é a falta de carisma dos personagens. Tirando Chris Pratt, nenhum outro se sobressai. As crianças são chatas, os vilões previsíveis, a personagem de Bryce Dallas Howard me fez revirar os olhos algumas vezes. Eu não me importei com eles em nenhum momento do filme, criando mais vínculo com Blue, a velociraptor salvadora da pátria, do que com os humanos.
E por falar em dinossauros salvadores. O trecho final do filme tem uma vibe muito Godzilla para o meu gosto, chegando a se tornar ridículo e completamente inverossímil. Não engoli mesmo.
No fim, Jurassic World tem um grande mérito, trazer a atenção do novo público para os dinossauros outra vez. Só por isso o seu ingresso já vale a pena. No entanto, não vá ao cinema esperando encontrar algo igual ao parque de John Hammond. Esse novo é apenas uma cópia. Como o indominus rex, é maior, mais barulhento, mais perigoso, mas nunca chegará aos pés do original.