Já havia comentado aqui no blog sobre como gosto da série Hannibal. Ao meu ver, a primeira temporada foi impecável, com roteiros inteligentes, atuações sólidas e um carisma arrasador de Mads Mikkelsen. Estava muito ansiosa para ver o segundo ano, até mesmo porque o final do primeiro deixou um grande gancho.
Neste domingo, terminei de assistir os 13 episódios e posso dizer que Hannibal continua acertando. No entanto, achei que a série empalideceu um pouco se comparada com seu ano de estreia. Tentarei explicar.
Se na primeira temporada tínhamos uma interação bem definida, com ritmo constante e até mesmo uma fórmula, nesta segunda podemos dividir os episódios em duas fases. Primeiro Will Graham (Hugh Dancy) preso, sem saber o que era realidade ou não e tentando provar que Hannibal Lecter é o verdadeiro Chesapeake ripper. Segundo, depois que Graham é solto, quando se inicia uma espécie de jogo de mentiras entre ele e seu antigo psiquiatra. Sem entrar muito em detalhes, nesta fase (que vai do episódio oito até o treze) voltamos à interação que tínhamos na temporada passada.
A primeira fase, que vai até o episódio sete, é a minha preferida. Hannibal passa a ser o consultor do FBI, assumindo o posto que era de Will Graham. Vemos como ele é inteligente e calculista, enganando a todos e ainda trabalhando em casos de outros psicopatas. Essa mudança de paradigma é bem interessante, mas o cerco vai se fechando sobre o psiquiatra, já que sabemos logo na primeira cena do episódio um que o embate entre ele e Jack Crawford (Laurence Fishburne) é inevitável. Quando tudo parece culminar para o clímax, no episódio oito voltamos para o status quo antigo, o que me deixou um tanto chateada. A série parece se arrastar nesse momento, só recuperando o ritmo nos dois episódios finais, que são fantásticos.
Como sempre as atuações são destaque, mas preciso falar em especial de Gillian Anderson, com a personagem Bedelia Du Maurier. Ela está primorosa nesta temporada. Tem pouco tempo de tela, mas rouba a cena. Sua atuação é contida, deixando que os sentimentos da personagem escapem em pequenos detalhes ou em tremores de voz, isso é fantástico e mostra como Gillian é uma atriz talentosíssima. A tendência é que a participação dela no ano 3 cresça, então estou muito animada!
Mesmo perdendo um pouco do seu fôlego, Hannibal ainda é um grande show. E essa temporada está mais perturbadora do que a anterior. Casos que reviram o estômago e os produtores não tem medo de chocar. Mesmo assim, é o jogo mental entre Lecter e todos os outros que o rodeiam que permanece o ponto alto. E o final, ah que final, é arrasador nesse sentido. Não há quem se salve e isso é ótimo. Confesso que não sei o que esperar para o terceiro ano, principalmente depois da cena pós-créditos, mas se a intenção dos produtores era deixar os espectadores de cabelos em pé, eles definitivamente conseguiram.